segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A Senhora da Magia

Até parece mentira, mas tendo lido já alguns livros desta autora ainda não tinha lido os seus famosos livros da Triologia Brumas de Avalon.
E palavras para quê...quando um livro nos envolve e nos alimenta não só a imaginação como a sede de ler...Tendo como palco a Lenda do Rei Artur, Marion Z. Bradley recria com um toque de magia esta lenda misturando e complementando-a com a vida da Bretanha da época, em que a religião Celta ainda conseguia sobreviver ao Cristianismo. Nesta matéria é magnífica a interpretação pelos que acreditam na Deusa Mãe, no respeito pela Terra e valores humanos e mesmo por uma religião estranha.

Amor, ambição, devoção e amizade são os ingredientes desta Saga e se esperam mais uma história sobre o Rei Artur como todas as outras podem crer que estão enganados. Pois algures nas primeiras páginas comecei a ver com outros olhos os personagens desta conhecida lenda. Apaguei tudo o que tinha aqui guardado para dar lugar a personagens mais humanos, personagens que mesmo pertencentes a uma lenda foram humanos como nós, no seu crescimento e dilemas de vida.

Igraine a mãe de Artur casada como era costume com um duque é envolvida pela irmã Viviane no destino da Bretanha. Deveria ser ela a gerar o futuro Rei, Artur, mas de um homem que não o seu habitual marido. Incerteza e revolta envolvem este momento, pois relutantemente Igraine não quer nada mais ter a ver com Avalon, pelo abandono que sentiu no dia em que a enviaram para casar. Mas os mistérios da Deusa são inexplicáveis e Igraine apaixona-se mesmo pelo Homem de quem deverá gerar um filho. Uma aventura com o seu final Feliz, mas estranho ao mesmo tempo, porque no meio disto vemos a pequena Morgaine que cresce. Filha do primeiro casamento de Igraine sente que a mãe a abandona a ela pelo segundo filho e num momento de ciúme e inveja é pelo irmão que vai alimentar a solidão que sente, tomando conta daquele pequenino que mesmo a mãe coloca de lado cega...talvez pelo amor que nutre pelo actual marido...Rei Supremo da Bretanha.
Algures depois Artur é alvo de um atentado contra a sua vida e Viviane, Senhora do Lago, aconselha a irmã que é melhor enviar Artur para casa de um Pai adoptivo protegendo-o. E mais, que Morgaine por quem sente um carinho especial, deverá ir para Avalon, para que mais tarde se torne ela a senhora do Lago. E assim é. Vamos lendo e observando o crescimento de Morgaine em rituais tão distintos dos cristãos, mas que fazem parte de um povo que neles acredita.
E chega o dia em que Morgaine se deverá entregar a um desconhecido. Um desconhecido que se conseguir levar a cabo uma tarefa se torna um senhor supremo de Avalon. O dos Chifres, como é apelidado. Será ele a quem Morgaine entregará a sua virgindade e assim o foi. Um desconhecido que supera as expectativas de todos, e alimenta a crença que é hora de um Rei supremo capaz de manter as tradições e lutar pela paz do seu Povo. Problema: após a noite de entrega, e ainda meio envolvidos pelo momento, Morgaine reconhece o desconhecido...o seu meio-irmão Artur...e aqui começam a nascer as incertezas de Morgaine que acaba por abandonar Avalon...tendo no seu ventre um filho.

...uma história bizarra mas repleta de emoções...o acreditarmos numa coisa pela qual nos entregamos e depois sentir o horror de um sacrifício que nos deixa relutantes ou mesmo descrentes.

...confesso que já vou no terceiro livro...muito boa a história






quarta-feira, 18 de novembro de 2009

A senhora do Trillium

Mesmo a vida de uma arquimaga pode um dia chegar ao fim e ao atingir quase 200 anos de existência Haramis, guardiã do Trillium Negro sente chegada a hora de encontrar a sua sucessora e prepará-la, como um dia desejou que consigo tivessem feito. E é em Mikayla, uma princesa que Haramis encontra a sua sucessora. Mas se a boa intenção de Haramis é por si vista como algo de importante para Mikayla é o pesadelo que transforma a sua vida mudando o futuro com que sempre sonho, um futuro junto a Fiolon, seu amigo das aventuras e desventuras de criança.

Mas como tudo na vida por vezes os sonhos desfeitos podem parecer o fim do mundo e cegamos ao novo futuro que neste livro afinal tem associado um sentido de vida e sobretudo a vida de todos os elementos da natureza do qual nós fazemos parte.

A descoberta das nossas potencialidades e no fundo do nosso carisma é retratado neste livro de uma forma interessante mas não muito profunda. Mais, a amizade e o elo forte que nos liga um grande amor é aqui descrito também. Existe uma passagem neste livro em que Haramis tenta quebrar o elo que liga a princesa a Fiolon, mas descobre que o amor resiste até à mais poderosa das magias.

De todos os livros que li da autora até à data é aquele que menos gostei, mas uma coisa me continua a fascinar: a sua escrita...as palavras e o sentimento que transmite através das mesmas. E como tal, já estou a ler outro livro desta autora: As Brumas de Avalon. E estou a gostar imenso!!!!!

sábado, 7 de novembro de 2009

A ponte para a Eternidade

Na contra capa está escrito "Se te sentes só, num mundo de estranhos e anseias por alguém...Se as nuvens onde voas, num céu azul de esperança em cinzento se tornam e se te sentes cair...Se sentes mesmo assim que queres abrir as asas e recuperar o voo que, para ti, é tudo..."

É de facto um livro que nos faz reflectir sobre o nosso eu e sobre a relação com os outros...uma mensagem para quem procura a sua alma gémea...um amor que no fundo nasce de uma grande amizade e que naturalmente caminha para o amor...porque a amizade é amor...e porque é desse amor que respiramos a alegria do afecto, carinho e no fundo da nossa existência como seres que somos.

Marcaram-me várias passagens, em especial o conflito que por vezes nasce em nós fruto das incertezas que sentimos na solidão...e nessa solidão descuramos num egoísmo muito próprio, que existem pessoas que acreditam em nós e que por nós movem montanhas na magia de uma amizade única.

...muito bonito este livro!!!!