quarta-feira, 27 de maio de 2009

O amor nos tempos de Cólera

“O amor nos tempos de cólera” é um romance soberbo, repleto de emoções fortes e sentidas pelos personagens desta história. Um amor de adolescentes, no início do século XX, que nos leva a um tempo em que casamentos por conveniência eram perfeitamente normais, ultrapassando muitas vezes os amores puros que escondidos mas não ficavam esquecidos, especialmente quando uma das partes algures no tempo, sem perceber bem porquê, repentinamente acaba com tudo. Mas neste livro, o amor transcende um pouco o que normalmente lê-mos, porque se na distancia os dois adolescentes se amaram, Fermina Danza, que se encheu de sonhos vê os mesmos numa perspectiva diferente no dia em que finalmente, em carne e osso, Florentino Ariza se aproxima e em fracções de segundos, a imagem construída na sua mente de jovem dama é destruída em fracçõs de segundos. Mas se para ela aquele era o fim, para Florentino Ariza, tornou-se na obsessão da sua vida…porque de amor respira a alma este jovem cresce ano após ano vivendo sempre na esperânça de um dia finalmente em seus braços ter a sua jovem amada. Ela casa com um jovem médico proeminente na sociedade e com ele, um amor diferente nasce. Porque mesmo em casamentos onde a “distancia” impera podem existir vários tipos de amor. Assim viveu ela casada num equilíbrio que nos é mostrado ao longo do livro como verdade, mas que após a morte do Médico, essa verdade afinal continha algures as incertezas que afinal ficam ou existem quando algures no tempo existiu um amor simples e puro.
E assim “Deixa passar o tempo e veremos o que ele nos traz”, uma frase magnífica lida no final deste livro, quando finalmente estas duas almas se juntam na sede de uma vida em paz, saboreando o dia a dia do tempo numa idade já avançada destes dois personagens…que magnificamente descrevem as emoções de sentirem a beleza de um amor que algures no tempo pensaram não existir!
O que mais me fascinou neste livro foi especialmente a descrição do amor na idade dos 40 aos 70…porque se aos jovens se atribuem as açcões loucas do amor, também as mesmas existem mais tarde e muito mais apuradas pela experiencia da vida e pela forma como olhamos e sentimos o mundo em nosso redor. O amor não tem idade…ele nasce, cresce e sente-se!!!!

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